terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Sonhos capturados pelas lentes de Rodrigo Ruiz

Temos em Interlagos muitos amigos que registram em fotos nossa aventuras.
Destinadas para nossas paredes, manterão por muito tempo nossas ilusões.
Isso é tão importante. Sem isto, a vida é extremamente chata.
Neste breve post, insiro uma das fotos que o Rodrigo Ruiz fez recentemente, capturando minha experiência no Formula Vee.


Quando a vi, me senti como Dan Gurney no cookpit antes de largar para o GP da França de 62.
Caro Rodrigo, obrigado por permitir, por meio de suas lentes, esta sensação.
Corro mais nos sonhos do que na pista...

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Convocação : 3 de março no box 20

No próximo sábado, 3 de março, teremos mais um dia de Automobilismo de Garagem.


Nossa cidade


Várias categorias com um ponto em comum.
Ao terminar o dia, cada um vai para seu canto, macacão suado, contar vantagem sobre os amigos ou encontrar justificativa por não levar um troféu para casa.
Somos assim, que bom que somos assim, somos felizes assim.


Mas podemos aproveitar melhor o sábado.
Podemos conversar mais sobre qualquer coisa, como em uma festa, aliás aquela que iremos nesta mesma noite.


Entre as várias categorias, tenho mais amigos na Classic Cup e na Formula Vee. Gostaria de ter mais. Afinal, temos gostos em comum.




Meu Puma estará na garagem porque vou andar de Formula Vee, em um carro alugado pela equipe LF. Com o rádio, o Nenê (devidamente postado no heliporto) irá me orientar sobre os macetes desta pilotagem, bem diferente do Puma.


Tenho insistido a vocês, meus amigos de pista, para que experimentem este carro. Não se trata de trair a Classic ou Clássicos de Competição. Diria que se trata de um namorico saudável, fácil de ser entendido pela esposa, que não deixa batom na cueca e nem põe em risco perder 50% do patrimônio.


Por outro lado, para quem nunca andou de carro de turismo eu sugiro andar na Classic Cup.
Esta é mais violenta, faca nos dentes, recomendada para quem na infancia matava passarinho com estilingue.


Nos vemos no box 20.
E se o nosso amigo Luiz Finotti tomar coragem, resolver revelar seus dotes de cozinheiro que tanto fala nas rodinhas e nos avisar que fará finalmente seu famoso espaguete "alióleo", prometo levar a massa.




Agora, imaginem a dupla no fogão, Finotti e Dellabarba. É ou não é para trazer os amigos?
Por fim, este é um recado para os pilotos de garagem: o box 20 é um ponto de encontro para todos. Nos veremos lá.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

30 de março, um presente atrás do box 20




- Vamos lá, Chamma! Vai para a fila e depois põe a grana no boné.
- Flavinho, passa o boné prô Furrier.
- Edson, vintão, e passe pra frente. É isso mesmo! Vintão, porque assim o Finottão traz guardanapo na próxima.
- Quanto somos hoje? 42??
- A turma da Vee não vem?
- Chama o Zullino aí do lado.
- Senta, Barba. Senta no pneu mesmo. Na próxima você também vai para o fogão, você tem jeito de cozinheiro.
- Ô, Luiz! Até que enfim acertou no alho e óleo!
- 42, que grid hein?! Faz tempo que não eramos tantos...
- André, finalmente estamos todos juntos, você tem s... de ouro!
- Claro, chamem o Rodrigo, ele fotografa para depois mostrarmos em casa, ele é da turma.

-Olha a turma da Vee aí. Tem prato ali no canto, depois cada um põe vintão no boné. Hoje só tem macarrão alho e óleo, mas o Luiz garantiu que na próxima tem pão italiano.
- Vou perguntar pra vocês: quem já está de 1,6? Rogério, Flavio, Edson, Giordano, Paulo, Peixoto, Renato, Speto, Mariano, Gulla. Gulla? Até você? Poxa, grid cheio.
- Alfredo, finalmente você voltou e trouxe a turma da Clássicos. Nunca deveríamos ter nos separado, mas o que é pra ser, será! Não é mesmo?
- Vamos comer a macarronada e fazer o briefing aqui mesmo. Chama o Ernesto, vamos combinar de perguntar de novo sobre a bandeira vermelha? Porque ele tem que fazer dois briefings, um para nós da Clássicos e outro pra Vee? Fala sempre a mesma coisa, cacete!
- Ernesto, o que a gente tem que fazer na bandeira vermelha?
- Quanto tem no boné? Mil e quatrocentos? Poxa, setenta pratos. Grid cheio...





- Marcelo, acorda! Você estava dormindo e, e... Mastigando? O que você estava sonhando?
- Ah... Não lembro, mas hoje não é o dia do meu aniversário?

sábado, 18 de fevereiro de 2012

O dia que entrei na De Lamare

1971


De Santana até a Cidade Universitária eram duas horas, no diesel que vinha do Jaçanã.
Sonhava em ser piloto
Depois dos dois primeiros meses de aula já tinha entendido a fama da Escola Politécnica.
As aulas de cálculo eram insuportáveis, assim como os veteranos. Resolvi mudar o roteiro, desci na Cidade, fui ao parque Dom Pedro, um ônibus até o largo 13 e de lá um terceiro para Interlagos.
Desci perto do que é hoje o portão 7, fui até o outro lado da rua na Escola de Pilotagem De Lamare.


Portão aberto, mecânicos sobre um formula Ford:
- Bom dia, vocês precisam de um estagiário de engenharia?
- Ô moleque, você é engenheiro?
- Não!
- Bem, sobe ali e fala com a Gigi. Ela manda aqui.


- Toc toc, dona Gigi?
- Eu mesma, o que você quer?
- Quero fazer estágio em carro de corrida.
- O que você sabe fazer?
- Nada.
- De graça pode, sem atrapalhar. Desce lá e fala com o Manelão, um grandão, fala que você vai ficar aqui aprendendo.
- Legal.


- Manelão? Eu sou Marcelo, estudo engenharia e a dona Gigi falou para eu ficar aqui ajudando.
- Tudo bem "ô engenheiro", fica aí olhando e não atrapalha.


Fiquei maravilhado: Fórmulas Ford, um Fúria, um Trueño argentino e o famoso 84 quatro portas.
No fundo, o monobloco de um opala duas portas.
- Este será o novo 84, vamos criar tudo nele, explicou o Manelão.


Tivemos a ideia e desenhamos um tanque de combustível para 120 litros que não permitisse a oscilação do carro nas freiadas, através de chicanas retentoras.
Alguns dias depois, fui com o meu amigo Luiz Goes ao Corpo de Bombeiros da Liberdade para aprender com os especialistas do fogo como fazer funcionar uma "ideia revolucionária": um tanque dentro de outro, no meio um "colchão" de gás freon, para impedir incêndio em uma pancada


Foram dias de muito entusiasmo, até que a Politécnica e sua chatice me chamou de volta. Percebi que minha carreira de piloto exigia uma decisão difícil: Era a Poli ou pilotagem. 

Não queria me afastar daquele ambiente, mas meu espírito CDF falou mais alto. Ao menos, naquele momento.



quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Remexendo no baú

Estava remexendo nas fotos do velho baú.
Meu primeiro aniversário, um lindo bebezão.
Sentado na carteira do primário, o mapa do Brasil nas costas.
Meu blusão cheio de estrelinhas (sempre fui CDF).
Minha primeira ida a Interlagos em 65.
Da carreteira do Camilo, do Alpine do Bird e Carol de Gordini.
Emerson no Fusca azul calcinha.
Olha a Lolinha amarela do Catapani.
Comendo torta de chocolate em Nurburgring.
Fazendo a Eau Rouge bem devagarinho.
Caminhando no Parco di Monza.
Tarumã após uma noite no convento com as freiras, com todo o respeito.
Contornando o Pinheirinho com meu Puma na Classic.

Meu kart de 75

Mexi, remexi.
Não me vi no Pacaembu (para a tristeza dos filhos).
Nem escalando o Itatiaia.
Achei até umas fotos das minhas bezerras Jersey da Fazenda Santa Flora.
Tive que aceitar que sou mesmo apaixonado por corrida de automóvel.
E agora, com mais esta confusão?
Grids vazios, falta de datas, arquibancadas vazias.
E minha vontade de ver corridas, quem me ajudará?
Quero continuar com este prazer até meus últimos dias.
Ouvir ronco do motores, cheirar a fumaça dos pneus.
Deste jeito, vou perder o que gosto, parte da minha alegria que chegou tão cedo, em 65.
Não me resta outro caminho, vou lutar. Pior que está, não vai ficar.

Amigos,

coloquei o casco Bell no cabide. Pode ser que algum dia eu tire o pó acumulado.
Na cabeça, agora uma cartola honesta.
Estou em campanha por um automobilismo que já vivi.
O de garagem.
Certo que não sou o melhor, cedo meu lugar para quem se apresentar.
Desde que garanta que muitas fotos ainda poderei tirar.
De Interlagos.
Com céu limpo ou borracha no ar.
Porque com Interlagos ainda quero sonhar.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Meus limites e novas paixões

Primeira saída de box com o Puma
Em 2008 voltei a acelerar após mais de 25 anos.
Um Puma laranja me levou a curvas e retas em velocidade.
Às vezes a contragosto, tamanha a vontade de sentir o tempo não passar em Interlagos.
Tive vontade de descer ao Lago com o motor desligado só para ouvir o silêncio.
No começo, fazer o Café "em flat" só com a mão esquerda. A direita, fazendo o sinal da cruz.
Mas logo logo, aprendi e acelerei.
Fiquei cheio, me olhavam desconfiado. Quem é este "cara"?
Fiz alguns "temporais".
Mas a verdade logo veio, uma panca no laranja me devolveu à realidade. Medíocre piloto, um comum. Ainda tentei, mas a falta de sintonia entre cabeça e pé foi se agravando.
Que pé rebelde desobediente. Vai, pé! Tô mandando apertar!


De 2:01 para 2:05 para 2:07... Despencando.
Na chuva, nem pensar.
Cheguei em casa, capacete na mão.
Senti meu casco Bell querendo descanso e percebi o cabideiro do escritório se oferecendo.
Lá o pendurei e senti sua gratidão.
Reconheço, de 2:01 para 2:07... Meu tempo passou...
É triste aceitar: Meu tempo passou.

Do topo da escada, olho para traz e vejo o Bell azul no cabide
Mas alguns degraus para baixo toca o telefone.
-...................................QUER?
-QUERO!

Meia volta, passo a mão no Bell, um afago e sinto que compreende. Um novo amor me chamou. 


Meio sem jeito, penso em como explicar ao Puma laranja? Falar que o problema não é ele, sou eu. Penso em pedir um tempo.

Que é isso, Marcelo? Você é decidido, nada de firulas. Encho o peito:
-Querido e amado Puma, tenho outro amor. É a Formula Vee, Adeus.


Primeira volta com o Formula Vee



quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Videos da Formula Vee

O primeiro video é uma entrevista com o Joca, organizador da Formula Vee, apresentando a categoria na pista de testes da Pirelli, aqui perto de Campinas. Foi lá que fiz os testes.


O segundo video é um especial da Rede Globo, no programa Auto Esporte