segunda-feira, 25 de junho de 2012

A lei de Gerson

Amigos do automobilismo

Há alguns dias soube de um episódio no Campeonato Paulista de Marcas, que envolveu inspeção de motores, desclassificação de carros, anulação da desclassificação, demissão de comissário técnico, um verdadeiro samba do criolo doido.

Pensei: “qual teria sido o troféu que compensaria tamanha lambança?”.

Aos poucos, percebi que o troféu em disputa devia ser igual a um dos poucos que tenho em casa, conquistado sem público, sem aplauso e sem nome nos jornais.

Disputado com poucos ou nenhum.

Mas ganhei legitimamente e uso para inflar meu ego ao falar repetidamente aos amigos cansados de ouvir minhas aventuras durante a rodada de chopp. Só eles me aguentam.

Por isso, fiquei me perguntando para que serve um troféu conquistado sem disputa, burlando o regulamento. Não seria nem igual ao meu, que já não serve pra muito.

Eu, aos menos, mereci ganhá-los e encho o peito para contar aos amigos.

Qual é a diferença entre uma vitória burlando o regulamento e aquela que podemos comprar no ferro velho (muito mais barata e segura)? Uma melhor relação "tamanho da mentira aos amigos/gasto na conquista do troféu”. As duas são mentiras.

Ao ler que o comissário técnico havia sido dispensado das suas funções, pensei: “para que serve um comissário técnico em uma prova de fim de semana amadora, sem público e sem história?”. Serve para inspecionar se estamos mentindo. Para nós mesmos e para os amigos (Não se preocupem com eles, aceitam nossas mentiras numa boa, já que amigo é para isso mesmo).

Não tenho conhecimento se burlaram ou não o regulamento, nem desejo saber. Para mim soa estranho existir a hipótese de alguém desejar se auto enganar, levando para casa um troféu que não é seu, conquistado em uma provinha de final de semana, cujos competidores eram jovens ousados e coroas como eu, já gastos pelo tempo. Era apenas diversão.

Creio que na minha ingenuidade ou safadeza, eu optaria por outras mentiras para falar aos amigos. Mentira com M maiúsculo, como ter ganhado na loteria e perdido o bilhete, ser sondado para ser ministro e recusado porque não gosto de chefe mulher, ou a mentira suprema, ter sido convidado pela Madonna para conhecer a sua cama e ter recusado, mandando um bilhetinho: “mocinha, só como filé mignon!”.

Mentir aos amigos é fácil, mas para o espelho... Hum. Então escute com atenção o que ele fala.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Não foi um sábado qualquer

Amigos de pista
Estou um pouco atrasado para postar este texto.

O que rolou no sábado da última prova do Paulista, na sexta etapa...

Mas antes falo sobre o maravilhoso buffet que os Finotti (LF Competições), meu time, ofereceu a seus convidados lá na sala 100. Parabéns pela ideia e pelo carinho. Lá na pista somos amigos em diversão!
O "velho Finottão" agora jura que fará sua famosa macarronada e esta será ao velho estilo F1 anos 60, nós de macacão sentados no chão.
Todos serão convidados, está nascendo o que ficará famoso como "La Pasta pró Interlagos" e cada um vai "pingar" um pouquinho para pagar o queijo parmesão.

Falando da prova, reforçamos nossa união no grave acidente que nossos amigos da Vee sofreram. Todos que lá estavam foram muito unidos na torcida para que nada de grave tivesse ocorrido.
Um de nossos pilotos-médicos Renato, o psiquiatra voador que ficou ao lado do Rafael da pista ao hospital, dispensa comentários. Admiro você, Dr.Crazy.
A Raphael e Monis, boa recuperação.
Aos projetistas do Vee, o reconhecimento de todos, porque o carro passou com louvor pelo teste de segurança.

Mas houve o acidente e é muito importante avaliarmos o que ocorreu.
De longe, naquele momento, não fui capaz de entender se ocorreu excesso de agressividade ou somente uma opção de traçado infeliz de um dos que estavam lá dentro.
Depois, vendo os vídeos, fiquei seguro que não houve nada de anormal. Mas vocês devem se reunir, avaliar e refazer seus set ups de pilotagem, se necessário.

Sábado coletamos centenas de assinaturas que levaremos ao governo da cidade de São Paulo. Neste documento, pedimos solução para nosso calendário regional e uma decisão sobre a curva do Café.
Às vezes é necessário um movimento popular para alertar sobre as consequências de decisões ou falta delas.
Já temos os primeiros resultados, perdemos a data de 14/15 de julho e ganhamos duas novas, em agosto. Estamos caminhando.

Precisamos de um diálogo franco e empresarial com a sociedade por meio dos seus representantes.

O maior evento turístico anual da cidade é o GP de F1. Era normal termos 30 mil pessoas no autódromo em provas nacionais.
Automobilismo na terra do futebol.
Mas seu sucesso depende do interesse dos fãs e estes só vão existir se tiverem ídolos. Somente teremos ídolos se existirem corridas para eles se revelarem e se a imprensa os catapultar ao estrelato.
Sem corridas regionais, não surgirão ídolos, não geraremos interesse de fãs, e o business F1, o mais importante da cidade de São Paulo, vai acabar!

Tão simples, mas precisamos mostrar.

Sr.Prefeito
Sem automobilismo regional, não haverá o maior evento turístico da cidade!

Sra Rede Globo
Sem automobilismo regional, não teremos ídolos, e sem eles as manhãs de domingo serão menos rentáveis.

O documento é simples, educado e direto como devem ser as relações entre os cidadãos e quem os representa no governo. Cada qual no seu papel, o cidadão levando suas reivindicações e quem nos representa respondendo com projetos e ações.

Neste pleito, os praticantes e apaixonados pelo automobilismo serão apoiados pela CBA.

Não foi um sábado qualquer. Marquem na folhinha o dia do início da virada.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Vamos nos unir em torno de um Café

Caros amigos

A curva do Café, entrada da nossa "curva reta", é uma delícia porque arrepia a espinha. Ao longo do tempo, com mais laps, percebo que ela é nossa Eau Rouge. Um mito. Cada vez que a venço com o Puma descolando do asfalto, sorrio. Consegui.


Mas minha arrogante manifestação de coragem agora é secundária.

Automobilismo é perigoso, muito perigoso. Em Interlagos, temos lugares piores, como o bico do muro na entrada do box. Lá, faço o sinal da cruz.

A curva do Café é perigosa na disputa, no toque entre os carros. Seu perigo está no ricochete, bater no muro e voltar para a pista.

Nos dois últimos anos, tivemos acidentes graves naquele ponto, não podemos ignorar.

Então decidimos agir. Após muitas discussões, visitas e reuniões, decidimos fazer uma correção técnica. Duas alternativas apareceram: fazer uma área de escape que assegure que o carro desgarrado lá fique ou realizar uma variante para ser usada em provas em que o perfil dos carros e pilotos ofereça este risco.

Mas com o velho espírito brasileiro, pressionado pela opinião dos que acham que qualquer coisa é melhor que nada, arregaçaram as mangas e fizeram... uma merda de obra de engenharia.

Obras de engenharia exigem estudos, cálculos e amadurecimento. Como engenheiro aprendi na Velha Escola que em obra de engenharia que virou merda, somente demolindo e fazendo de novo se elimina o cheiro.

Agora, voltou a discussão.

A prefeitura prometeu fazer uma área de escape, afastando a arquibancada. Obra longa e cara e por isso não faz nada. Outras alternativas são fazer uma variante à direita de quem sobe após junção (tem espaço, vejam a foto), criando um cotovelo de frente para a arquibancada, ou melhorar a "imelhorável" (Magri neologismo) variante já feita e usada na prova da Stock.

O que fazer?

Defendo fazer o que pode ser bem feito e agora. Aceito as duas hipóteses: Afastar a arquibancada ou variante à direita. No íntimo, gosto mais da variante porque alivia a velocidade e cria um local emocionante para o público.

Mas minha opinião não prevalece perante os engenheiros. Eles devem dar a orientação final.

Devemos unir forças com a organização, respeito e com seriedade levar a opinião dos praticantes de automobilismo ao corpo de engenharia da Prefeitura de São Paulo em conjunto com a CBA. Sem emoções. Temos um desafio de engenharia e assim deve ser tratado.

Vamos lembrar a todos.

Interlagos é uma praça de esportes, um templo mundial, com histórias que nos orgulham. Batizamos uma estrada com o nome de nosso mais famoso piloto e estamos transformando Interlagos, onde tudo nasceu, em um local de eventos de qualquer natureza, priorizando a arrecadação municipal.

Interlagos precisa ser tratado como uma praça de eventos do esporte a motor, criando um ambiente que permita aos paulistanos o orgulho de tê-lo, com qualidade nas instalações, limpeza, volume de eventos e incentivo ao público. Lá não é um Anhembi, centro de eventos comerciais e de shows, mas sim um local especial, como são o Pacaembu e o Maracanã ao futebol brasileiro.