quarta-feira, 28 de março de 2012

Livro - Nelson Piquet


Este é um livro para os Piquetistas.
Traz sem meias palavras a vida do Nelson, sua obstinação e foco em ser o melhor em um ambiente hostil, seu sarcasmo com quem tenta se impôr na frente, seu desprezo pelo poder, seu charme com as mulheres.
Para mim, o ultimo dos campeões forjados no asfalto e no ambiente de garagem.
Os que vieram depois foram originados no show business. Muitas belas fotos e uma surpresa ao pegá-lo na estante. Encontrei uma foto que ganhei do meu amigo Luca Bassani, que tanto nos ajudou nos tempos de kartismo.
Nela, Piquet está em Indy no Menards 77 vermelho para seu retorno após o quase mortal acidente.

terça-feira, 27 de março de 2012

Um olhar empresarial sobre o Automobilismo de Garagem

Hoje, segunda-feira de carnaval, acordei da soneca depois do almoço vendo o Michel Teló requebrar.
Depois do Michel Teló e do Beto Carreiro, qualquer coisa pode dar certo!
Então o automobilismo de garagem também pode ser viável, se administrado como negócio.
Creio que trabalho voluntário, como muitos têm feito com enorme dedicação, não é sustentável. São apaixonados que gastam seu tempo e paciência para ajudar iguais a ele, mas não são recompensados nem com um tapinha nas costas. É muita chateação sem ter recursos para agir.
Estimo que anualmente as categorias que estão presentes no final de semana do Campeonato Paulista de Asfalto movimentam quase quatro milhões de reais por ano, considerando dez provas e quase 100 carros no total. Pensem, dez finais de semana, o equivalente a mil (1000) carros em movimento durante um ano. E... Nenhum jornalista, nenhuma empresa querendo mostrar seus produtos associado aos carros de garagem.

Que tal pensarmos como empresários?

E se todos nós pilotos, que investimos todo ano em uma carteirinha que custa mais de setecentos reais, e nos dá direito somente a torcer para que as provas sejam bem organizadas, investirmos mais mil, dois mil reais ao ano criando um fundo para promover as provas?
Será o equivalente a cem ou duzentos reais a mais por prova, mas é um dinheiro que ficaria em nossas mãos, para promover o que gostamos. Teremos um fundo com mais de cem mil reais somente de recursos próprios.
Investiremos em uma empresa/clube, da qual todos terão uma cota de sócio com direitos e deveres. Teremos dinheiro para planejar, contratar um profissional ou uma empresa de marketing para tratar dos nossos interesses.
Desta forma é possível, investindo um pouco mais (quase nada perante o que já se gasta), ter todas as categorias do final de semana sobre uma única gestão profissional e eficaz, e que nos leve a título de exemplo ter um dia único para a celebração do automobilismo de garagem, com mídia, público e patrocinadores?

Neste grupo de amigos que lêem o blog, temos exemplos de negócios bem sucedidos. Negócios não convencionais, negócios baseados na geração de valor para grupos com interesses que se cruzam com os nossos. O que temos para oferecer é uma oportunidade de negócio.
Um local único, Interlagos, um templo mundial ao ar livre, propício para levar a família, com espaço verde infinito, que pode ter música ao vivo, exposição de carros, venda de livros, conversa com ídolos, até disputas de dominó e tranca.


Entretanto, depois de escrever tudo isso, fiquei pensando: Para que montar um clube, se ele(s) já existe(m)!? Afinal, o que são os clubes que nos vendem as carteirinhas? Eles não tem a missão de promover nossas corridas? Nós pagamos a eles e eles nos devolvem quais serviços? Se o argumento for que o dinheiro é insuficiente, porque não nos fazem uma proposta para sermos sócios de um projeto que resgatará a organização no autódromo, a publicidade que atraia algum público? Será que este projeto não é elegível para recursos da lei de incentivo ao esporte? Se o do netinho do EF foi aceito, porque nosso projeto de recuperação do automobilismo paulista não será?
Vamos encomendar este projeto. Ao invés de patrocinar um piloto, porque não patrocinar uma categoria escola ou o culto ao automobilismo antigo?

Caros clubes, se vocês não sabem o que queremos e por isso nada fazem, além de se dedicar a organizar a prova, por que não melhoram a estrutura, fazem alguma divulgação na mídia, convidam clubes de carros antigos, trazem pilotos do passado para abrilhantar nosso dia, entre outros.
Hellô clubes, queremos mais e vocês existem para isso!

Para finalizar, não sou candidato a gestor, administrador ou qualquer coisa. Tenho sarna suficiente para me coçar na vida. Sou somente um quase ex-piloto que continua a lutar pelas minhas paixões. Sem isso, minha vida pode murchar.

Convido todos para um diálogo criativo, mandem seus comentários aqui no blog, fazendo deste espaço uma reunião virtual. Afinal, garantir a existência do que gostamos está exclusivamente em nossas mãos.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Tabela do Paulista da Formula Vee


Aqui vai a tabela do Campeonato Paulista de Formula Vee, com as seis etapas previstas (pode rolar mais algumas, dependendo da administração de Interlagos).
Ainda não sei se vou correr em mais alguma, mas não deixem de acompanhar!

1a
Interlagos
10/02 (treinos) 11/02 (tomada de tempo e prova)
Raphael Soares
Raphael Soares
2a
Interlagos
02/03 (treinos) 03/03 (tomada de tempo e prova)
Rodrigo Rosset
Rodrigo Rosset
3a
Interlagos
Dias 6, 7 e 8 de abril


4a
Interlagos
Dias 20, 21 e 22 de abril


5a
Interlagos
Dias 11, 12 e 13 de maio


6a
Interlagos
Dias 8, 9 e 10 de junho


quinta-feira, 22 de março de 2012

Livro - INTERLAGOS, um sonho de velocidade

Este livro, que talvez muitos de vocês já tenham na cabeceira, não é recomendado! É OBRIGATÓRIO TER!
A mais linda e romântica coletânea de depoimentos sobre o nosso templo INTERLAGOS. Fotos, textos com amor, um perceptível sentimento de posse dos escritores.
Bem, como se ter um não fosse suficiente, tenho dois na estante. Acho que é paixão mesmo!
Quem não tem, compre e traga para a pista. Lá você encontrará entre nós vários dos escritores que registraram com paixão seus pensamentos sobre o nosso INTERLAGOS.
Tragam e peguem dedicatórias. Será um dia feliz!

quarta-feira, 21 de março de 2012

O psiquiatra no pit lane



Tenho um grande carinho pelo classic driver 63, o "brimo" Renato.
Somos vizinhos de rio lá nas terrinhas distantes, onde pela pouca água, temos muita guerra.
Renato e eu costumamos sentar no bar e filosofar. É uma conversa de doido, vocês podem imaginar: eu engenheiro falando com um psiquiatra.
Porque se vocês não sabem, atrás do volante do Passat 63, temos um "doutor psiquiatra".
Pois em um desses dias, um pouco antes da largada, vagando pelos boxes encontrei o doutor.
- Hei Brimo, vai botar a Puma na pista hoje?
Foi o sinal para eu despejar mil e um motivos para não correr de Puma, até que o doutor falou:
- Brimo, eu psiquiatra, você paciente. Cala a boca e escuta!
- Você tem que... e... e... e... Desandou a falar.
E eu ouvindo, ouvindo.

De orelha quente me despedi. No caminho para meu Box, de onde ia sair de Vee, refleti sobre o que Renato havia me dito. O que estava eu fazendo com minha paixão de pilotar o Puma? Por que estava abandonando o posto? Para quem eu devia resposta, a não ser para eu mesmo? Que raios de metas havia imposto ao meu lazer? Aquilo era diversão ou trabalho? 2:02 no mínimo?

Com um foda-se a todos em volta, coloquei meu Bell e saí para uma das provas mais felizes que já havia feito. Desta vez, foi de Vee. Sem troféu, sem aplausos. Passei e fui passado, não importa. Corri só para mim, pelo puríssimo prazer de acelerar.
Te devo uma consulta, doutor!
Talvez o "brimo" troque por um chopp. Merece dois. Ele, de pé no meio da graxa, enfiando o dedo no meu nariz, me ajudou a sorrir.
Mas só eu vi, foi debaixo da viseira.

Agradeço o Rodrigo Ruiz pela bela foto.

terça-feira, 20 de março de 2012

Livro - Driven: The race photography of Jesse Alexander

Este livro de fotos do automobilismo, do período entre 1954 e 1962, traz o berço da F1 amadora, sem segurança, um hobby de ricos e mecânicos destemidos.

Recomendo ter na biblioteca de casa para numa noite chuvosa, solitário na sala, recordar como tudo começou, e pensar como poderia ter sido gostoso ter participado disto, sem patrocinadores e a Globo para ficar enchendo nossa paciência com comentários cretinos.





segunda-feira, 19 de março de 2012

Jersey International Motoring Festival


Poucas pessoas sabem, mas meu pai (o dono deste blog) tinha uma fazenda bem bacana no Vale do Ribeira, onde criava gado Jersey.

Por este motivo ele desenvolveu um carinho especial por um lugar, digamos, excêntrico: a Ilha de Jersey, aquele pequeno e pitoresco lugar localizado no canal da Mancha, entre a Inglaterra e a França.

Pesquisando sobre a Ilha (e procurando uma desculpa para finalmente conhecer o local), meu pai encontrou esta sugestão:


Vale a pena dar uma olhada!

SPA 1966


Caros leitores, este texto não é meu.

Estou postando na íntegra um belo texto que vi em um blog de um entusiasta, que entende e escreve muito bem. Peço a ele que me perdoe pela apropriação sem pedir licença, mas não lembro o seu nome porque faz um bom tempo que li e copiei.

Temos a descrição refinada de uma das mais belas corridas de F1. Bela porque é um marco sobre a mudança no conceito de segurança, porque revela Stewart como um líder que deixa sua marca no automobilismo e ao envelhecer assumiu posições contra Bernie (o déspota).



Leiam como foi Spa 1966 , segunda prova do mundial de pilotos:



*Atualização* - Ao invés de colocar o texto na íntegra aqui, (eu, Silvia, filha do Marcelo e responsável por arrumar a casa aqui), depois de um longo processo de pesquisa – Google – encontrei o texto original, que contém fotos incríveis. Clique aqui para ler!)


quarta-feira, 14 de março de 2012

Can-Am, Watkins Glen 1970

Como admirador de automobilismo de garagem, não tinha como deixar de fora este texto. Um relato sobre a Six Hours Can-Am em Watkins Glen em 1970, com fotos de carros mitológicos e os melhores pilotos da época.

Clique na imagem para ler!

segunda-feira, 12 de março de 2012

Xuxinha voltando a ser notícia


Meu "cheirômetro" sobre quem acelera já estava calibrado no início dos anos 90. Vocês cansaram de ler sobre a história do Xuxinha e minhas frustrações de não tê-lo levado para fora do país, e leram neste blog e na revista Warm Up sobre seu retorno vencedor em 2010.

Pois neste final de semana, na Copa das Federações em Vitória-ES, onde cada estado foi representado pelo campeão e vice do campeonato estadual de 2011, "Xuxinha" Zucarelli, representando SP (foi vice) faturou as duas baterias e se sagrou campeão na sua categoria, Sênior A. Veja a noticia do site Final Sports abaixo (ou clique aqui): 

São Paulo chegou ao segundo título na Copa das Federações de Kart com Diogo Zucarelli, que ganhou as duas baterias da categoria Sênior A. A Copa das Federações está sendo disputada no Kartódromo Internacional de Serra, região metropolitana de Vitória, no Espírito Santo.

Zucarelli somou 22 pontos, cinco a mais do que Eduardo Candido, do Espírito Santo, que ficou com o vice-campeonato. Marcos Ferreira, do Mato Grosso, se classificou em terceiro lugar, com 15 pontos. 

Classificação final da categoria Sênior A

1º- Diogo “Xuxinha” Zucarelli (SP), com 22 pontos

2º- Eduardo Candido (ES), 17

3º- Marcos Ferreira (MT), 15

4º- Fabrício Parcio (PE), 13

5º- Eduardo Dieter (RS), 13

6º- Romárcio Silva (ES), 11

7º- João Lopes (ES), com 9 pontos 

Acho que está na hora de acelerar em carros, talvez em um fórmula ou se mandar para fora do país para medir forças pelos autódromos...


domingo, 11 de março de 2012

Xuxinha na revista Warm Up

Caros amigos

Os quatro capítulos da história do Xuxinha renderam.
Resgatei um passado mal resolvido.
Queria terminar o que não fui capaz de fazer bem feito.

Então, para nossa surpresa, a revista online Warm Up se interessou pela história, nos entrevistou e publicou uma bela matéria.

(clique aqui para ler a revista)

A repercussão está incrível!

Com mais de cem mil leitores medidos (um absurdo o número de leitores), trouxe oportunidades para Diogo que podem trazê-lo ao automobilismo.

O que mais eu poderia sonhar? 20 anos depois talvez eu possa ajudá-lo com outra chance...

sexta-feira, 9 de março de 2012

Voce me conhece?

Gosto de corridas há muito tempo e meu primeiro amor foi uma McLaren laranja. Sou um McLariano alaranjado.
Vejam, por exemplo, esta foto. Para quem não conhece, este é o McLaren M6B em 1969. Um carro fechado!




Meu Puma, este abaixo, não é laranja à toa.
Só não coloquei o numero 4 da McLaren porque 4 traz urucubaca.
A numerologia mostra claramente que correr de 4 dá merda.
Basta lembrar de alguns. Bem, o Puma não lembra um pouquinho o M6B aí de cima?




Este abaixo é meu carro inspirador.
Detonou na série CanAm, comeu todo mundo. é o M8F.
Meu primeiro carrinho para montar da Revell foi este aí, com suas cornetas cromadas mostrando o V-8.
Deu um trabalhão, mas ficou lindo.




Meu primeiro capacete copiou o PR do Peter Revson (corria de McLaren) e o Ceregatti percebeu isso (veio me perguntar, para meu espanto) e também percebeu que o PR virou o M. Que é o S, Pinheirinho e Bico do Pato. O atual mantém o M, mas agora ao lado. No primeiro, o M estava na testa. Incrível memória, Ceregatti!


Não sou brasileiro assistindo corrida, não ouço o Galvão, ele trabalha com a mão no contracheque. Meus pilotos preferidos na F1 foram: Clark, Siffert, Amon, Beltoise, Peterson, Hunt, Piquet e hoje em dia Lewis e Button.
Não sou ferrarista, acho o Alonso um bandido sem caráter, e também não gosto daquele brasileiro que conheci quando era kartista.
O Vettel é legalzinho, mas sem sal e nem pimenta. Não serve para ser meu ídolo. Piloto de F1 tem que ter muitas mulheres gostosas, fazer trapaça limpa, sair nos jornais na coluna de fofocas e em hipótese alguma dormir agarradinho no ursinho de pelúcia!



terça-feira, 6 de março de 2012

No cockpit do Vee

No último final de semana realizei minha primeira prova na Vee (a primeira foi café com leite, apenas para ficar lá dentro, rodando em 2:20).
Cheguei no sábado, dei duas voltas na classificação e tive uma inusitada inversão cerebral que insistia em achar que a quarta marcha não entrava.
Parei no box:
- Nenê, a quarta na entra!

Depois de muito olharem, descobriram que estava forçando entrar a segunda. Fiquei com cara de bunda na frente do Nenê e achei melhor voltar.

Mas, bandeira vermelha.
Esperei, bandeira verde, voltei.
Acabou o treino. Meus ouvidos "extra-sensoriais" captaram o Nenê murmurando para um cara que estava ao seu lado:
- Ele é bonzinho, tadinho!

Marquei 2m13s, certo que podia abaixar.
Depois da macarronada que o Luiz Finotti nos ofereceu, descansei e fui para o cockpit aguardar a largada, não sem antes ouvir o Nenê:
- Lembra onde é a quarta?
- Nenê, tá bom, vai catar coquinho!

Bem, alinhei, fiz a primeira volta e antes que a luz apagasse e a bandeira verde surgisse, passaram uns malucos de capacete.

Vrummmmmmmmm!!!

Aborta, aborta, cacete.
Nova volta, aquecimento dos pneus, no "ballet do Galvão" que não serve para p*** nenhuma na Vee, mas que todo mundo faz, nova largada e... Os malucos passam novamente antes da luz.

Teve um que chegou no S antes do segundo lugar cruzar a bandeirada.

Mas vamos lá, tudo é farra e fiquei na minha, lá atrás, porque na reta a brincadeira fica séria. É um tal de cruza cruza, empurra pra lá e pra cá... Mas tudo é farra!


Vou melhorando, levo um toque sem intenção, (aliás, o piloto foi muito elegante ao me escrever na segunda-feira, abraços!) caio novamente para o final, aí começa a diversão porque o divertido é ir buscar quem está na frente, né?

Chego em oitavo, meus tempos ficaram entre 10' e 11', dá para abaixar um pouco, acho que sou um bom candidato a pegar o troféu de sexto lugar.

Tá bom?
Claro, está muito bom, corro pelo prazer de pilotar.
Já ganhei quase tudo na vida: sarampo, catapora, gripe, diarreia, delegacia, coice de cavalo e até aumento de salario de 3% porque fui muito melhor que os outros e o chefe pediu para eu não comentar com ninguém.

Agora, falando sério.
A competitividade que senti dentro da pista é crescente, vocês amigos que estão lá acelerando, não esqueçam os riscos. Vi muitas rodas se aproximando, fechadinhas, chega prá lá. Não esqueçam o porquê de vocês estarem lá.

Terminei feliz, certo que a Vee crescerá, que teremos belas provas, mas também com a suspeita de que teremos algumas disputas mais calorosas, beirando o limite da sanidade.

Quero ver todos inteiros no final, mesmo quem chegar em 32º, pois este existirá, tal o tamanho do grid.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Dica de livro: Não sou um anjo

Li o livro Não Sou Um Anjo, com revelações da vida de Bernie Ecclestone.

Gostei de tudo que li, apesar de ser meio tosco, meio desorganizado, sendo às vezes necessário voltar algumas páginas para entender. É uma história que revela um brilhante negociador no meio de medíocres, presas fáceis, porque seus egos os impedem de perceber que Bernie os "come".
Sugiro a leitura a todos que desejam entender e finalmente passarem a acreditar que a Formula 1 não é um esporte.
É um belo show, onde alguns arriscam a vida, e tudo entorno cheira muito dinheiro e sexo (ou muito sexo com dinheiro).
Boa leitura!