terça-feira, 27 de março de 2012

Um olhar empresarial sobre o Automobilismo de Garagem

Hoje, segunda-feira de carnaval, acordei da soneca depois do almoço vendo o Michel Teló requebrar.
Depois do Michel Teló e do Beto Carreiro, qualquer coisa pode dar certo!
Então o automobilismo de garagem também pode ser viável, se administrado como negócio.
Creio que trabalho voluntário, como muitos têm feito com enorme dedicação, não é sustentável. São apaixonados que gastam seu tempo e paciência para ajudar iguais a ele, mas não são recompensados nem com um tapinha nas costas. É muita chateação sem ter recursos para agir.
Estimo que anualmente as categorias que estão presentes no final de semana do Campeonato Paulista de Asfalto movimentam quase quatro milhões de reais por ano, considerando dez provas e quase 100 carros no total. Pensem, dez finais de semana, o equivalente a mil (1000) carros em movimento durante um ano. E... Nenhum jornalista, nenhuma empresa querendo mostrar seus produtos associado aos carros de garagem.

Que tal pensarmos como empresários?

E se todos nós pilotos, que investimos todo ano em uma carteirinha que custa mais de setecentos reais, e nos dá direito somente a torcer para que as provas sejam bem organizadas, investirmos mais mil, dois mil reais ao ano criando um fundo para promover as provas?
Será o equivalente a cem ou duzentos reais a mais por prova, mas é um dinheiro que ficaria em nossas mãos, para promover o que gostamos. Teremos um fundo com mais de cem mil reais somente de recursos próprios.
Investiremos em uma empresa/clube, da qual todos terão uma cota de sócio com direitos e deveres. Teremos dinheiro para planejar, contratar um profissional ou uma empresa de marketing para tratar dos nossos interesses.
Desta forma é possível, investindo um pouco mais (quase nada perante o que já se gasta), ter todas as categorias do final de semana sobre uma única gestão profissional e eficaz, e que nos leve a título de exemplo ter um dia único para a celebração do automobilismo de garagem, com mídia, público e patrocinadores?

Neste grupo de amigos que lêem o blog, temos exemplos de negócios bem sucedidos. Negócios não convencionais, negócios baseados na geração de valor para grupos com interesses que se cruzam com os nossos. O que temos para oferecer é uma oportunidade de negócio.
Um local único, Interlagos, um templo mundial ao ar livre, propício para levar a família, com espaço verde infinito, que pode ter música ao vivo, exposição de carros, venda de livros, conversa com ídolos, até disputas de dominó e tranca.


Entretanto, depois de escrever tudo isso, fiquei pensando: Para que montar um clube, se ele(s) já existe(m)!? Afinal, o que são os clubes que nos vendem as carteirinhas? Eles não tem a missão de promover nossas corridas? Nós pagamos a eles e eles nos devolvem quais serviços? Se o argumento for que o dinheiro é insuficiente, porque não nos fazem uma proposta para sermos sócios de um projeto que resgatará a organização no autódromo, a publicidade que atraia algum público? Será que este projeto não é elegível para recursos da lei de incentivo ao esporte? Se o do netinho do EF foi aceito, porque nosso projeto de recuperação do automobilismo paulista não será?
Vamos encomendar este projeto. Ao invés de patrocinar um piloto, porque não patrocinar uma categoria escola ou o culto ao automobilismo antigo?

Caros clubes, se vocês não sabem o que queremos e por isso nada fazem, além de se dedicar a organizar a prova, por que não melhoram a estrutura, fazem alguma divulgação na mídia, convidam clubes de carros antigos, trazem pilotos do passado para abrilhantar nosso dia, entre outros.
Hellô clubes, queremos mais e vocês existem para isso!

Para finalizar, não sou candidato a gestor, administrador ou qualquer coisa. Tenho sarna suficiente para me coçar na vida. Sou somente um quase ex-piloto que continua a lutar pelas minhas paixões. Sem isso, minha vida pode murchar.

Convido todos para um diálogo criativo, mandem seus comentários aqui no blog, fazendo deste espaço uma reunião virtual. Afinal, garantir a existência do que gostamos está exclusivamente em nossas mãos.

2 comentários:

  1. "Diálogo criativo".
    E nem precisa dizer mais nada, tô dentro.
    Porém... (sempre há um "porém") sugiro que o fôro para o diálogo não seja em teu blog, ou por escrito, ou sequer público.
    Assim como voce, Chamma, sou gestor.
    Nem importa de que ou aonde, mas comando.
    Todas as vezes que tentei ouvir a todos, satisfazer a todas as demandas e interesses, tornar-me um "ser democrático", descobri que democracia é ótimo, mas nada como uma boa ditadura. Em gestão, bem entendido!
    Tenho milhares de idéias, centenas de sonhos, dezenas de iniciativas que simplesmente não se concretizaram no automobilismo.
    Tambem identifiquei - e isso faz mais de trinta anos! - que o material disponível a ser trabalhado e alavancado é excepcional.
    Porém (de novo...) nada acontece com essa imensa massa crítica.
    Peço conversar contigo, em petit comitee.
    Tenho certeza que há mais uma meia dúzia de seis 100% dispostos a identificar, entender, equacionar, planificar e executar um verdadeiro renascimento.
    Mas há tambem uma dezena de dez que não vê, não ouve e não fala, escondidos nas sombras do lucro fácil e sentados numa "taxa de conforto" inabalável.
    Não estou disponível, mas para caras como voce estou a postos.
    Como disse lá em cima, tô dentro.
    Mas estrategiemos antes.
    Senão essa nossa paixão vira ódio, rapidinho.
    E o que nos move nos atropelará.
    Meu celular: 7219-6186
    Puta abraço

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  2. Tô dentro
    Vamos marcar por e-mail ou fone, o meu 84536669
    pense nos outros 4

    abraços

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