terça-feira, 31 de janeiro de 2012

"Xuxinha" Zucarelli (parte II) - O campeonato de 93

Rotina na Jr. Menor de 93 - Vitória de Diogo,
com Massa em terceiro


Com sete pole positions e cinco vitórias, Xuxinha venceu a Junior menor de 93. Impossível contestar a superioridade.
Sua obsessão por vitória era percebida pela agressividade nas primeiras voltas e o ataque a quem estava na frente.

Enquanto ele se dedicava na pista, meu papel era trazer "sangue frio" a ele e ao time. Discutir sobre pneus, chassis, ouvir e trazer a visão lógica para a melhor decisão sobre o que fazer no kart e na prova.
Afastá-lo do "buxixo" era muito importante, impedindo que fosse contaminado pela pressão absurda que havia nos boxes.
Mães e pais de concorrentes se faziam presentes para "agitar".
Todos achando que seu filho seria o "novo Senna".

Para mim, Xuxinha poderia vir a ser um F1 driver.
Sua técnica, agressividade e obsessão eram elementos presentes.
"O sangue nos olhos" era constante.
Mas era briguento e algumas vezes teve que ser apartado.

Seu nome começou a aparecer na mídia.

O jornalista Maurício Kubrusly o entrevista para um novo Globo Repórter (pela segunda vez).
Para uma reportagem sobre futuros campeões no esporte, escolhem Xuxinha para representar automobilismo e sua entrevista se dá em um motel perto do autódromo.
Ele, com 11 anos, deitado na cama redonda com espelho no teto!
A revista Autoesporte estampa uma foto sua com o título "O Sucessor?", obviamente em um duplo sentido com Senna e sua  ex-namorada Xuxa.

Um fato muito marcante que ocorreu ainda em 92, antes dele ser patrocinado, foi uma corrida de kart na fazenda do Ayrton.
Depois da prova, Senna resolve distribuir presentes e declara que escolheria somente um piloto para ele entregar pessoalmente.
E o escolhido obviamente foi Xuxinha (quanta coincidência). Ganhou um autorama.

A Mini o convida para ser piloto de fábrica,(o segundo da história, antes somente Nicastro teve esta honra).
Eu começava a suar frio.
Percebia que tinha nas mãos um "winner", um legítimo "racing driver" e não podia me dedicar a sua carreira.
Sentia que ele poderia chegar longe no automobilismo se houvesse dinheiro e um padrinho para apresentá-lo na Europa.

Naquela época era diretor de uma multinacional e não tinha tempo para Diogo.
Sua carreira estava nas minhas mãos e senti a responsabilidade.
Até que um dia me lembrei do Fabio, primo do Ayrton...

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